Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Aves |
Ordem: | Pelecaniformes |
Família: | Threskiornithidae |
Poche, 1904 | |
Espécie: | T. caudatus |
A curicaca é uma ave da ordem dos Pelecaniformes da família Threskiornithidae.
Seu nome popular é onomatopaico, semelhante ao som do seu canto, composto de gritos fortes. Conhecida também como despertador (Pantanal), carucaca, curicaca-comum, curicaca-branca, curicaca-de-pescoço-branco e caricaca (algumas cidades de Minas Gerais).
A beleza física desta ave, como também de seu canto são muito bem exaltados no poema de Eulália Martorano Camargo, que faz ainda uma associação desta espécie com as araucárias (Araucaria angustifolia), uma cena típica dos Campos de Cima da Serra no Sul do País.
Algazarra faz
A Curicaca pela manhã
Seu canto alegre
Acorda todo mundo
Ave estranha
Ave exótica
Porém, simpática
É a Curicaca (…)
Ave passeadeira
Sai ao amanhecer
Só volta ao entardecer
Muito animada
Não sei se o pinheiro
Teria graça
Sem a Curicaca
Canta, Curicaca, canta
Quero acordar
Toda manhã
Com seu canto
Seu nome científico significa: do (grego) theristikos, theistron = ferramenta para colher, ceifar, foice; e do (latim) caudatus = referente à cauda. ⇒ Ave com bico em forma de foice e com cauda curta.
O macho costuma ser um pouco maior que a fêmea, atingindo 69 centímetros de comprimento e cerca de 143 centímetros de envergadura.
Distinguível pela coloração clara, asas largas e bico longo e curvo. Apresenta o dorso cinzento-claro, com brilho esverdeado, rêmiges e retrizes pretas; parte das coberteiras superiores das asas é esbranquiçada, formando uma mancha clara no lado superior da asa, visível durante o voo.
Possui duas subespécies reconhecidas:
Aves Brasil CBRO - 2015 (Piacentini et al. 2015); (Clements checklist, 2014).
Alimenta-se durante o dia e também ao pôr do sol. Tem alimentação variada, composta por artrópodes, como centopeias, aranhas, insetos adultos e larvas, entre outros invertebrados, podendo predar ainda pequenos lagartos, ratos, caramujos, anfíbios e pequenas serpentes, e até mesmo aves menores. Seu bico, longo e curvo, é adaptado para extrair larvas de besouros e outros insetos da terra fofa. É um dos poucos predadores que não se incomodam com as toxinas liberadas pelo sapo (Bufo granulosus), por isso este anfíbio pode fazer parte de sua dieta.
Costuma pôr de dois a quatro ovos, em ninhos de gravetos nas árvores ou mesmo grandes rochas nos campos. Os ninhos formam colônias numerosas durante o período de reprodução. Habita campos secos, alagados e pastagens.
Vive geralmente em bandos pequenos ou solitária, procurando alimento em campos de gramíneas ou em alagados. É diurna e crepuscular. Anda em pequenos grupos, que à noite se empoleiram nas árvores. Gosta de planar a grandes alturas.
Presente em grande parte do Brasil onde haja vegetação aberta e lagoas, campos em solos pantanosos ou periodicamente alagados, como na Ilha de Marajó (Pará), Pantanal e Ceará. Encontrada também no Paraguai, norte de Argentina, norte de Uruguai e parte da Bolívia. No sul de América do Sul (sul da Argentina e Chile) é presente outra espécie, T. melanopis, que não ocorre no Brasil.
Consulta bibliográfica sobre as subespécies: