Terra da Gente

Por Giulia Bucheroni, Terra da Gente


Similaridade com lagarta é estratégia de defesa dos filhotes; flagrante é raro — Foto: Jango/Reprodução Wikiaves

Se existisse uma lista das aves brasileiras que desafiam os observadores e fotógrafos de natureza a garantir um flagrante, certamente o chibante (Laniisoma elegans) estaria nela.

Exclusiva da Mata Atlântica, a espécie é considerada muito rara. No bioma, ocorre em ambientes de floresta altamente conservados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, geralmente em áreas mais úmidas. Encostas da Serra do Mar, Serra da Bocaina e Serra dos Órgãos são alguns locais indicados para os aventureiros que sonham em observar de perto esse pequeno exemplar da família Tityridae, a mesma dos caneleiros, flautins e anambés.

"É uma espécie associada a áreas de floresta mais preservadas e, por habitar as copas, é geralmente de difícil detecção, caso não vocalize. Além disso, a ave apresentar ser naturalmente rara, com baixa densidade populacional, mesmo em ambientes propícios", explica o ornitólogo Luciano Lima.

Por conta da dificuldade de observá-la na natureza, são poucas as informações levantadas sobre a espécie — Foto: Jarbas Mattos/Arquivo Pessoal

Mas se quiser dificultar ainda mais as chances do encontro com a ave, basta procurar pelos filhotes: nascem com plumagem avermelhada, praticamente imitando espécies de lagartas urticantes. A aparência é estratégica para afastar predadores de ninhos.

A medida que crescem, as penas começam a ganhar o padrão das aves adultas. Quando jovens, apresentam partes das asas alaranjadas.

Com 20 centímetros de comprimento e até 50 gramas o adulto do chibante se destaca pela plumagem em tons de amarelo-esverdeado, com manchas espalhadas no peito e na barriga - "estampa" melhor definida nas fêmeas, que se parecem com a araponga-do-horto pelas características das penas.

Exclusiva da Mata Atlântica, a espécie é considerada muito rara. — Foto: Aisse Gaertner/Arquivo Pessoal

O "cardápio" da ave é composto por lagartas e insetos, assim como frutos.

Por conta da dificuldade de observá-la na natureza, são poucas as informações levantadas sobre a espécie. Pesquisadores indicam que o chibante provavelmente realiza migrações entre as regiões de Serra e que vive solitário pela floresta.

Ocorre em ambientes de floresta altamente conservados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, — Foto: Ciro Albano/Arquivo Pessoal

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