Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Aves |
Ordem: | Accipitriformes |
Família: | Accipitridae |
Vigors, 1824 | |
Subfamília: | Accipitrininae |
Vigors, 1824 | |
Espécie: | R. sociabilis |
O gavião-caramujeiro é uma ave accipitriforme da família Accipitridae. Conhecido também como caramujeiro e gavião-de-aruá (Amapá e Paraíba).
Seu nome científico significa: do (latim) rostrum = bico; e hamus = gancho; e do (latim) sociabilis, socius = sociável, compartilhar. ⇒ Bico de gancho sociável. “Gavilan del estero sociabile” de Azara (1802–1805) (Rostrhamus).
Mede entre 39 e 48 centímetros de comprimento. O macho pesa entre 304 e 385 gramas e a fêmea, ligeiramente maior, pesa entre 384 e 413 gramas. Sua envergadura varia entre 99 e 115 centímetros (Bierregaard & Kirwan 2013).
A plumagem do macho é quase uniformemente cinza azulado escuro. O seu uropígio e as penas da base da cauda são brancos. A cauda é quadrada e apresenta a ponta esbranquiçada precedida de um banda larga de coloração quase preta. As pernas são de cor laranja, com longas garras pretas. Seu bico é esbelto, fino e preto, com forte curvatura característica na mandíbula superior. A cera e os cantos do bico são de coloração alaranjada. Seus olhos são vermelhos com um anel ocular amarelo que se estende até a porção loral. Na época da reprodução, a cera, os cantos do bico, o anel ocular e a região loral nua assumem a coloração vermelha.
A plumagem da fêmea é marrom escura, com forte estriado por toda a parte ventral, inclusive sob as asas. A garganta e o peito são levemente mais claros que o ventre. Sua cabeça é ocre com listras escuras. A íris da fêmea é de coloração alaranjada. A pele da região loral, cera e pernas são de coloração amarela, e assumem a coloração laranja no período reprodutivo.
A plumagem dos jovens é parecida com a dos adultos do sexo feminino, mas apresenta o peito mais claro e tem a cera mais larga e clara, além de olhos castanhos. Os jovens somente obtêm a sua plumagem definitiva com 3 ou 4 anos de idade.
Possui três subespécies:
(Clements checklist, 2014).
Alimenta-se quase exclusivamente de grandes caramujos aquáticos chamados aruás. Utiliza o bico curvo para retirar as partes moles dos caramujos, deixando cair a casca vazia. Captura os aruás executando um voo rasante sobre os pântanos, pegando-os no chão ou na água com apenas um dos pés e empoleirando-se para comer. Ocasionalmente, em algumas regiões, como no Pantanal de Mato Grosso e na Venezuela, alimenta-se também de pequenos caranguejos.
Seus ninhos, feitos em colônias, são plataformas frágeis localizadas entre 1 e 4 m de altura, em arbustos ou árvores sobre a água. Põe 2 ou 3 ovos brancos com manchas marrons.
Vive em grupos em rios, brejos, banhados, lagoas e pastos alagados. É parcialmente migratório (Bildstein 2006). Em algumas regiões do Brasil costuma migrar em resposta às mudanças climáticas e disponibilidade de alimentos. É categorizado como “migrante austral parcial” por Bildstein (2004). Sick (1993) mencionou um bando de cerca de 1000 gaviões-caramujeiros vistos em Sapucaia do Sul, Rio Grande do Sul, em outubro. A população disjunta na Flórida (EUA) não migra para o sul no inverno, às vezes costuma ser nômade. (*Texto copiado na íntegra do site “Aves de Rapina do Brasil”). No Brasil, ainda não há informações suficientes dos seus movimentos migratórios.
Em voo é facilmente reconhecível pelas longas asas curvadas formando uma letra 'M' e cauda triangular com larga faixa branca no crisso. Pode ser confundido com Geranospiza caerulescens e Circus buffoni.
Todas as regiões brasileiras onde haja pantanais e alagados, nos quais é localmente comum. Encontrado também dos Estados Unidos (Flórida) e México até a Argentina e Uruguai.
Consulta bibliográfica sobre as subespécies: